Numa reportagem especial, para o site e o Jornal Niterói Católico,  Íngrid Bianchini e João Dias, ouviram ao longo de duas semanas, alguns padres da Arquidiocese de Niterói, para saber como estão vivendo esse “Isolamento Social”. Sabemos que os Sacerdotes têm, na comunidade, a essência de sua vocação, e como  Cristo Bom Pastor, deverão conduzi-la, via de fé, e o rebanho a ele confiado; ir atrás das ovelhas que se dispersam; ser presença em meio a todos, especialmente junto aos pobres; vigiar para que o ladrão não se aproxime do rebanho e arriscar e sacrificar a vida, pastoreando com santidade.

O Papa Francisco define, “que o padre foi ungido por Deus com o óleo da alegria e esta unção o convida a receber e cuidar do grande dom, que é a alegria sacerdotal. Esta alegria reside na motivação da sua doação, na missionariedade e na capacidade de relacionar-se com as pessoas. O padre não deve ser um  burocrata e nem mesmo um funcionário da Instituição. Não deve se mover pelo critério da eficiência, das inseguranças humanas e dos títulos honoríficos. Sua vida deve ser simples, disponível, o que o tornará livre e solitário. Deverá viver em comunhão com os leigos, valorizando a participação de cada um, e viver em estado de constante saída, evitando assim a pastoral da conservação, que é obstáculo para a abertura à perene novidade do Espírito” (69° Assembleia Plenária da CEI – Homilia de Quinta-feira Santa/2017).

Então, como tem sido esse momento excepcional para os Sacerdotes? O termo mais utilizado nos dias atuais é “se reinventar”, e nesta lógica ,os que escolheram viver o Ministério Sacerdotal têm se readaptado, neste tempo de pandemia. Mas como os sacerdotes vivem o tempo de isolamento? Neste questionamento, perguntamos a estes servos para assim entender como Deus tem agido e preenchido os seus corações, em tempos de isolamento social.

“Esse período de isolamento tem sido uma experiência muito forte, mesclada por diversos sentimentos. Como sacerdote, sofro muito a ausência do povo de Deus na administração dos sacramentos, sobretudo a eucaristia, mas ao mesmo tempo, me alegro ao perceber uma oportunidade para as famílias estarem mais unidas, vivenciando uma nova expressão de fé: a igreja doméstica. Diz um ditado popular, que só se dá valora alguma coisa, quando se perde. Percebo que alguns católicos estão valorizando mais a Eucaristia e a igreja, pela falta que eles estão sentindo. Queira Deus que depois desse tempo de quarentena, uma nova consciência cristã surja nos católicos de uma fé mais autêntica e comprometedora”. Padre Wallace – Catedral São João Batista – Centro – Niterói.

“Tem sido um período desafiador! Estamos nos reinventando e deixando que o Espírito Santo nos inspire em novos meios de evangelizar, para nos aproximar daqueles que amamos e nos consagramos para servir”. Padre – Paróquia São Judas – Rocha – São Gonçalo.

“Manter as igrejas fechadas e ficar sem o contato pessoal, direto, “olho no olho”, não tem sido fácil. A saudade daqueles que me foram confiados é enorme. Mas posso dar testemunho também, de um grande crescimento do sentimento de comunidade, da sede de Cristo que todos estão sentindo, da percepção cada vez mais profunda do que é ter os sacramentos e viver a fé com os irmãos… E vejo o quanto estão se enamorando da Igreja, ainda mais. E se percebendo Igreja viva, em missão. O quanto a Igreja Doméstica se fortaleceu… Enfim, apesar dos desafios, das dores, da vontade de estar junto, são claros os frutos também, que hão de ficar entre nós. Que possamos perceber tudo isso, e sempre ir ao encontro do Cristo como centro, muito além das tantas superficialidades e buscas pelo efêmero, que muitas vezes caracterizam a humanidade”. Padre Carmine – Paróquia São Judas Tadeu – Icaraí – Niterói.

“A comunidade se mantém, pela força do Batismo e de Cristo ressuscitado, através de grupos de WhatsApp e das transmissões on-line, que fazemos diariamente. Rezamos o Terço e celebramos a Missa. Estamos mantendo a entrega de cestas básicas e alguns outros serviços da pastoral social, na medida do possível”. Padre Ricardo Mota – Paróquia Santo Antônio – Covanca – São Gonçalo.

“Tenho vivido este período de quarentena como um grande exercício espiritual a exemplo  de Santo Inácio de Loyola… aproveitado ainda para estreitar, pela rede social, laços de oração e amizade. Mais intensamente ainda, sinto a companhia da comunidade e dos amigos, que se preocupam, ligam, mandam mensagens e estabeleceram, por causa do isolamento, um canal mais intenso de diálogo”. Padre João Cláudio – Capela Nossa Senhora de Fátima – Bairro de Fátima – Niterói.

“O período de isolamento tem sido algo bem atípico, nós estamos a costumados a viver uma  vida muito agitada, com preocupações externas, mas eu fiz uma reflexão, nestes dias, muito significativa. Os casados costumam ter um, dois ou três filhos e nós, padres, uns 500! E de uma hora pra outra, nos vemos sem ninguém… isso gera no nosso coração uma certa angústia, apreensão, mas nós cremos e confiamos na graça do Senhor, que nos fortalece e nos dá a perseverança. Então, intensificar o tempo de oração, e estudo de aprofundamento, para poder superar uma fase, neste tempo de quarentena, só é possivel quando a gente realmente, confia em Deus, e vive este momento sobretudo na graça de Deus. Depois, a falta do povo é algo que sentimos muito.  A falta da comunidade, de dar atenção ao povo, e o que tem nos ajudado são os instrumentos das mídias, com as transmissões, e assim vamos, aos poucos, construindo um novo relacionamento com o povo, de modo virtual, mas procurando sempre demonstrar amor, carinho, proximidade, o que é fundamental, porque todo este momento vai gerando em nosso coração uma preocupação com o outro”. Padre Leandro – Paróquia São Francisco – Apolo III – Itaboraí.

“O amor é criativo. Acreditamos na Comunhão dos Santos. Passamos online as missas. Temos convidado famílias para virem à missa, que celebramos sem aglomeração. Ligo para as pessoas por vídeo-chamadas. Posto informações e mensagens no Facebook”. Padre Cássio – Paróquia São José – Cafubá – Niterói.

“Primeiramente, este momento tem sido exigente, porque nossa geração nunca vivenciou isso. É um cenário de incertezas, não sabemos até quando isso vai se prolongar. Tem sido algo diferente e assim temos que nos adaptar, somos chamados a viver e levar o evangelho em todas as circunstâncias. Eu tenho vivido, na medida do possível, na normalidade, feito as minhas orações, com atendimentos via telefone ou Skype, resolvendo as questões paroquiais que vivem da ajuda do povo, muito sofrido neste momento, e estamos nos desdobrando, pois também precisamos do povo para sobreviver. Tentamos, também, dar assistência aos que têm passado privações, com cestas básicas, orações, o apoio necessário. Tento também estar próximo do povo, por meio de mensagens e das transmissões diárias, diretamente da paróquia. E temos a realidade de conviver com Padre José Carlos, Vigário da Paróquia Nossa Sra. da Conceição, no Pacheco, e  minha mãe, que também está no grupo de risco, e tentamos viver a vida na normalidade.Tentamos nos descobrir, ser criativos, para manter a fé e a saúde do povo”. Padre Humberto – Paróquia Nossa Senhora da Conceição e Santa Isabel – Santa Isabel – São Gonçalo.

“Tenho visto este período em que as pessoas estão podendo estar em casa, dar atenção às famílias, apesar das dificuldades por  que estão passando. Sabemos que alguns sofrem de angústia e ansiedade, nós não fomos preparados para ficar em casa. E a Igreja fechada é uma situação para a qual não fomos preparados, e nem imaginamos que isso um dia poderia acontecer, fomos pegos de surpresa, com essa pandemia…A Igreja fechada, digo por mim, é uma trizteza, apesar de as missas estarem sendo transmitidas  pelo Facebook e Instagram, mas é muito diferente. Espero em Deus  que isto acabe logo, e que tudo volte ao normal, se Deus quiser. Ouvimos a palavra “a Paz esteja convosco”, essa paz sempre nos acompanha em todos os momentos de nossa vida. Cristo, de fato, é a nossa Paz (Efésios 2, 14). Que esta paz do Senhor esteja presente em nossos lares, para termos força de superar este tempo difícil. Sempre nele e em  Deus”. Padre Marcos Vinicius –  Paróquia São Sebastião – Barreto – Niterói.

Aqui colecionamos alguns depoimentos de sacerdotes da Arquidiocese de Niterói. Mantenha-se em casa e, se possível, entre em contato com o padre de sua paróquia, pelos meios digitais (telefone, Facebook, WhatsApp, etc.), para saber como ele está.

Por João Dias/Íngrid Bianchini

Foto:Helbert M. - Pascom-Pnsassuncao

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